APAV lança Observatório de Crimes de Homicídio no âmbito de 2 anos da sua Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio
Os familiares e/ou amigos da vítima de homicídio são designados, por alguns, de “vítimas ocultas”, uma vez que, mesmo não tendo sofrido na pele o crime, sofrem os efeitos que este deixa atrás de si quando é praticado contra alguém da família, ou contra um amigo.
No entendimento de que este apoio a familiares e amigos de vítimas de homicídio é fundamental, a APAV criou a Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio - RAFAVH. Esta rede é de âmbito nacional, conta com cerca de 30 colaboradores e voluntários e apresenta-se como uma resposta especializada, adaptando o modelo de intervenção da APAV, que combina o apoio prático, social, psicológico e jurídico, às necessidades reais dos familiares e amigos das vítimas de homicídio.
Este apoio foi iniciado no início de 2013, em estreita colaboração com a Polícia Judiciária, entidade que detém a competência reservada de investigação dos crimes de homicídio. Assim, em 2 anos de atividade a RAFAVH da APAV apoiou 99 familiares e amigos de vítimas de homicídios consumados e 119 vítimas, familiares e amigos de vítimas de homicídio tentado. Este apoio expressou-se em 1.200 atendimentos especializados durante os 2 anos de atividade.
Em 2014 foi criado o Observatório de imprensa de Crimes de Homicídio em Portugal e de portugueses no estrangeiro - OCH, com o objetivo de ajudar a compreender melhor o fenómeno da criminalidade capital, ocorrida em Portugal, ou que tenha envolvido portugueses fora do território nacional. Havia, por parte da RAFAVH, a necessidade de conhecer melhor o universo de crimes de homicídio em Portugal, para perceber qual a dimensão de crimes que se encontrava em apoio na APAV. O acompanhamento das notícias publicadas pela imprensa sobre os homicídios também permite preparar melhor os técnicos da Rede para o tipo de situação que vão encontrar, ou para ajudar os familiares e amigos a lidar com as notícias que vão sendo tornadas públicas sobre a morte do seu ente querido.
Durante o ano de 2014, o OCH contabilizou 127 crimes de homicídio noticiados pela comunicação social, ocorridos em Portugal e 33 portugueses mortos no estrangeiro.